VIDA LIVRE DAS DROGAS

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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

"DROGAS: MELHOR PREVENIR"


Obs: Imagem extraída do site:
mensagens.culturamix.com


"DROGAS: MELHOR PREVENIR"


A "indústria" da droga é um velho problema que continua ganhando espaço e causando danos. Felizmente temos conhecimento da existência vários bons trabalhos visando à recuperação - um processo difícil. Mas e a PREVENÇÃO? Será que oferecemos às crianças, sobretudo as mais marginalizadas, condições para crescer e permanecer saudáveis até chegarem à idade adulta e a velhice?

Pensando em PREVENÇÃO temos que ir às causas. quais são os fatores de risco para as crianças, adolescentes, jovens e até adultos? Autoestima baixa, ansiedade exagerada, insegurança, pais que abusam de substâncias tóxicas ou que sofrem transtornos mentais, ambiente caótico e hostil de maneira geral, relações autoritárias no ambiente familiar .... enfim, ausência de vínculos saudáveis na família, na escola e na comunidade.

O psiquiatra Eduardo Kalina afirma que a falta de amor e o abandono também podem ser causas que levam ao uso de drogas. Segundo ele a sociedade e a família frequentemente agem como indutoras ou facilitadoras do uso indevido de drogas, apresentando modelos sociais baseados numa cultura de morte e violência, com mensagens contraditórias, chegando a realizar propagandas permissivas quanto ao uso do álcool, fumo e implicitamente, de outras drogas. Há também famílias psicotóxicas, onde se faz uso exagerado de medicamentos, tabaco, café, álcool, trabalho e até de comida, de maneira compulsiva, para acalmar a angústia.

Viktor Frankl, autor da Logoterapia ou Análise Existencial, atribui a toxicodependência, ao menos em parte, ao sentimento de falta de sentido da vida, uma das expressões do vazio existencial. Nossa sociedade apresenta-nos uma cultura da comodidade e do fácil, onde dinheiro, prazer e poder são apresentados como forma de aquisição da felicidade. O sofrimento é evitado a qualquer custo, para crianças e jovens não propomos mais esforços, exigir-se, vencer-se, lidar com a frustração ou realizar algo que custa renúncia, condição essencial para chegar à renúncia de um prazer momentâneo como a droga. Segundo a logoterapeuta Elizabeth Lukas, nem todo ato de autodomínio é uma repressão e em cada situação podemos e devemos responsabizar-nos pelas nossas atitudes.

Fatores de proteção como a toxicodependência em geral também podem ser encontrados ou devem ser trabalhados na família, na escola, na comunidade, e atuam de forma inter-relacionada. Pais presentes, acolhedores e cuidadosos, atentos aos seus filhos, livres de dependências, além de uma educação baseada no afeto, na confiança recíproca, na valorização do ser e das suas potencialidades são muito importantes. Mas também com regras e limites claros, que o auxiliem na formação da consciência, que leve a fazer escolhas adequadas, renúncias e a assumir a própria responsabilidade perante a vida.

O homem de consciência não se deixa levar pelo inautêntico, tampouco é manobrado por interesse que o tornam uma fonte rentável no mercado de drogas. É necessário também que a criança e o adolescente possam contar com referências seguras e coerentes no adulto. Está absolutamente comprovado que crianças e jovens reproduzem os comportamentos dos adultos com quem convivem e não as palavras que ouvem deles.

Lukas, ressalta que as crianças não têm somente a necessidade de receber amor, mas também de desenvolver a capacidade de amar. Precisamos favorecer o despertar para a autotranscendência: olhar para além de si, ver o outro e ir ao seu encontro. Os jovens precisam ser valorizados e reconhecidos em seus talentos, tornando-se membros ativos na comunidade e na sociedade.

Também devemos educar para não fugir da dor. Um homem capaz de sofrer não mergulha num mundo simulado, mas quando se depara com a dor, assume-a com coragem, integrando-a no mundo da realidade.


DICA DA AUTORA:
Aprofunde o assunto com "VIVER DE CARA LIMPA - UMA ESCOLHA", de Ricardo Ribeirinha, Jocyelma Santana, da Editora Cidade Nova, site: www.cidadenova.org.br


AUTORA DESTE ARTIGO:
FÁTIMA APARECIDA CELESTINO DE BRITO
(A autora é psicóloga, logoterapeuta, especialista em psicologia clínica e jurídica e membro do grupo de Estudos Psicologia e Comunhão)

FONTE:
Este artigo foi extraído da Revista Cidade Nova - Fraternidade em Revista, tema: Psicologia (psicologia@cidadenova.org.br),  exemplar 595, ano LVII, nº11, mês: novembro, ano: 2015, página: 42, Site: www.cidadenova.org.br

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